Dorothea Lange
Começamos por pensar que está tudo na nossa cabeça e chegamos a contrariar, a pôr em causa o nosso próprio raciocínio. Que não pode ser possível, pensamos, mas a dúvida persiste, e fazemos de advogados do diabo de nós próprios, desfazemos argumentos, criamos dificuldades à lógica. Exaustos de tanto dar à manivela e a máquina parada, chegamos a declarar que nós é que somos pérfidos, que isto da clarividência é um dom muito ingrato. Andamos nisto até não termos mais saída a não ser pôr à prova factos e teorias, e eis que a realidade comprova não só o que suspeitámos como arranja sempre forma de ser ainda pior. E nós, pobres tolos ingénuos, ficamos de cara à banda perante a imensidão do lamaçal.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES