Sexta-feira, 30 de Abril de 2010

 

 

Ando desaparecido. O Papa é um dos culpados. Isso e o excesso de trabalho, e os prazos, e os sonhos quando encosto a cabeça à almofada. Voltarei às letras em breve.



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Segunda-feira, 26 de Abril de 2010



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Domingo, 25 de Abril de 2010

 

A avenida cheia como estaria sempre na minha cidade ideal. Ouvir Grândola Vila Morena. As conversas, o calor, os rostos amigos, a multidão a desaguar no rio, a noite a desmaiar. Atravessar a Praça da Figueira, o mercado do Eiffel imponente a acenar de África, onde me garantiram que foi levado. Sabia do paradeiro do mercado o sapateiro das fotografias emolduradas e por vias misteriosas enviou-me recado. Eu agradeci, passei pelo mercado e dei as boas noites.

 



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Sexta-feira, 23 de Abril de 2010

 

É regra corrente dizer-se de um homem velho que arranja uma companheira visivelmente mais nova que sofre da crise de meia idade. Mas se o homem em questão é poderoso e influente a crise pode passar a um acto de coragem por romper com as regras vigentes. É tudo uma questão de respeitinho.



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Para ti.

 



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Quinta-feira, 22 de Abril de 2010

 

A verdadeira liberdade começa dentro de nós. 



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Quarta-feira, 21 de Abril de 2010

 

Mais vale um coração na mão do que dois a voar.



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Terça-feira, 20 de Abril de 2010

 

I.

Tal como o mundo, os continentes e os mapas também eu tenho um norte e um sul. O sul na arquitectura do pensar, o norte na bomba do sangue.



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Segunda-feira, 19 de Abril de 2010

 

Do outro lado o pisa-papéis 

de braços abertos, 

sinto-me rodopiar, 

vomito ao lado das gaivotas. 

Calçada acima, 

a propaganda a escorrer nas paredes. 

Farrapos de putas aqui e ali, 

marialvas foscos em extinção. 

Peço um whisky 

que sabe a capilé 

onde me dói a vida 

entre-parêntesis.




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Hoje descobri que Ingolina é um nome feminino bastante comum na minha família.



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Sábado, 17 de Abril de 2010

 

Ponho a chave à porta do prédio e ouço-o. Os gemidos aflitos a entrarem-me no cansaço, nas semanas cheias, no ritmo vital alterado, na garganta seca, na tempestade que galopa a cidade. Abro a porta e olhamos um para o outro, medimos o adversário, estudamos as hipóteses de sobrevivência. Da minha parte rapidamente tranquilizo o coração, o intruso não pesa mais do que um kilo e nos olhos azuis adivinho um mar sereno. Avança na minha direcção sem hesitar, a sofrer, conta-me a sua desgraça e eu interpreto à minha maneira. Está perdido, está aflito, é de alguém com certeza, que o pêlo é muito lustroso, tem demasiada confiança no amor humano para ser um vadio. Decido adiar mais um pouco o prazer de chegar a casa, de mergulhar na paz tépida do fim da batalha, e subir um lance de escadas, e mais outro, e nos patamares parar, tocar às campainhas e perguntar se alguém perdeu o saco de pulgas. As portas abrem-se, e olhos curiosos dizem que não, não é deles, até há quem também tenha um, mas de outra cor, de outra raça, de outros afectos. Mais outro lance, e nem todos estão em casa, mas uma porta abre e um pai com a cria ao colo, diz que também o viu, miava aflito nas escadas, mas passou e nada fez, não é dele. E assim ficamos os dois nas escadas, eu a pensar que há pessoas que são uns animais, tu a seguires-me como um cão bem treinado. Desistimos, encontrar o caminho para casa é das coisas mais difíceis na vida e por isso consola-nos o facto de nos termos encontrado, duas almas aflitas numa noite de tempestade. Descemos e eu convido-te a conheceres os meus domínios. Entras como se apenas tivéssemos ido dar um passeio, e, depois de partilharmos o jantar, a noite e a chuva envolvem a casa e enroscamo-nos a contar histórias um ao outro para adormecermos e sonharmos com o nome perfeito para ti.



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Sexta-feira, 16 de Abril de 2010

 

Hoje aqui, amanhã acolá, uma mala cheia de tudo sempre pronta à espera do sinal de partida. 



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Quinta-feira, 15 de Abril de 2010

 

Para espairecer fui zambujar ao São Luiz. À saída do teatro aproveitei um intervalo entre chuvadas e voei por cima dos telhados duas colinas ao som da voz magnífica do António.

 



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Terça-feira, 13 de Abril de 2010

É bom começar o dia a ouvir o vizinho de cima a cantar no duche.



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Todos os dias passei pela basílica e todos os dias pensei em entrar. Todos os dias e todas as noites não dei descanso à vontade. Hoje a ironia trocou as voltas ao desejo e convidou-me. Subi a escadaria e apaguei o cigarro, entrei na porta lateral e senti o ar fresco a rodear-me, a primavera lá fora, percorri o corredor estreito e vi pessoas e pessoas até chegar a ti. Abracei fatos de fazenda escura, senti o cheiro das flores das coroas funerárias, a matiz da luz das velas, os olhos embaciados. A sala com o corpo ao centro, sofás pousados com tristezas empoleiradas. Tanto desejei que entrei, a basílica a envolver-me, este corredor, este lusco-fusco, este útero. Saí quando a música começou, voltei a abraçar os fatos húmidos de lágrimas, os olhos raiados, lá fora senti o coração em chumbo, a morte a fazer do nada coisa alguma. Resta-me desejar paz.



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Segunda-feira, 12 de Abril de 2010

Há dias em que o nosso coração por osmose assemelha-se a uma âncora.



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Domingo, 11 de Abril de 2010

 

Hoje perguntaram-me se preferia procurar ou ser procurado e não soube responder.



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Sexta-feira, 9 de Abril de 2010

 

Deitar tarde e cedo erguer não dá saúde a ninguém.



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Quinta-feira, 8 de Abril de 2010

Hoje o alfarrabista estava fechado e tinha um livro na montra que tem de ser meu.



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Quarta-feira, 7 de Abril de 2010

 

“A Lisboa material tem posições morais. Há sítios que dão, há os que pisam, uma individualidade. O lajedo e a cantaria consagram espíritos. Encontrar-se no Chiado significa ter a fina flor da graça, a vivacidade conceituosa e costumes dissipados.”

Eça de Queiroz



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