A advogada preta, gira, esperta e de dicção perfeita, defende dois arguidos pretos que alegadamente roubaram outro da mesma raça. Aqueles remetem-se ao silêncio, numa estratégia que viria a revelar-se inteligente e deixam a vítima meter os pés pelas mãos, contradizendo-se, voltando atrás, os olhos erráticos e o corpo a tiquetaquear, denunciando as pequenas mentiras e as meias verdades com que insiste em penalizar a assistência. (...)
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES