O acordo que Joaquim Oliveira tem em mãos para vender os activos de media que detém na Controlinveste foi assinado com o angolano Domingos Vunge. (...) o empresário com ligações à Neshold foi o interlocutor da operação que prevê a mudança de propriedade para mãos angolanas de meios como o "Diário de Notícias", "Jornal de Notícias", "TSF" ou "O Jogo". (...) A concretizar-se o acordo esta será um reedição de uma estratégia já aplicada pelo empresário angolano em 2009, quando foi um dos rostos da operação de compra do "Sol". (...) Foi na sequência da compra do "Sol" que foi criada a Newshold, empresa presidida até este Verão pela advogada Ana Bruno e onde Domingos Vunge e Vítor Fernandes foram administradores até 2011. (...) a verdeira identidade titularidade da Newshold mantém-se até hoje desconhecida: a empresa é participada em 95% pela sociedade Pineview Overseas, sedeada numa offshore no Panamá. (...) No entanto, o Expresso sabe que o homem forte por detrás da Newshold é Álvaro Sobrinho, chairman do Banco Espírito Santo de Angola. (...) Depois do "Sol", a Newshold comprou uma participação inferior a 2% na Impresa – proprietária do Expresso – adquiriu 15,08% do Grupo Cofina – dono do "Correio da Manhã" – e assumiu a gestão do diário "i". É esta conjugação de activos – aliada ao desconhecimento sobre a titulariedade da Newshold – que suscita a preocupação (...): a concretizar-se a venda da Controlinveste e a confirmar-se a ligação de Domingos Vunge e a Newshold, a empresa angolana passa a deter – directa ou indirectamente – participações no "DN", no "JN", no "CM", e no "i", ou seja em quatro dos cinco diários jornalistas. Somando a estes meios o jornal "Sol", a rádio TSF e a possível participação na privatização da RTP, a Newshold fica na iminência de se tornar num dos mais poderosos grupos de media em Portugal. Sem que se saiba de forma oficial quem são os donos da empresa. Expresso, 27.10.12