László Moholy-Nagy, NYC 1930
O fim de Outubro trouxe de volta o rito anual de atrasar os relógios, adensando a escuridão que caía sobre as nossas tardes e deprimindo ainda mais a nação. Novembro começou com outra vaga de frio e com chuva quase diária. O tema de todas as conversas era a "crise". As tipografias do Estado imprimiam senhas de racionamento de gasolina. Não se via nada de semelhante àquilo desde aúltima guerra. A sensação geral é que estávamos a encaminharmo-nos para qualquer coisa grave, mas difícil deprever e impossível de evitar. Havia a suspeita de que o "tecido social" estava a desfazer-se, embora ninguém soubesse muito bem o que isso ia implicar. Mas eu estava feliz e ocupada, finalmente tinha um amante. Mel, Ian McEwan
De
Artur M. a 29 de Outubro de 2012 às 11:24
Este texto reporta a que época?
De
Artur M. a 29 de Outubro de 2012 às 12:00
Obrigado Afonso.
De Fátima Soares a 29 de Outubro de 2012 às 13:06
Não sei se estou certa ou irei novamente fazer uma triste figura mas faz-me lembrar um filme que vi há um tempo, penso que se trata disso e mesmo que não seja este pequeno "bocado" está tão actual como o nosso Outubro (sem senhas de racionamento...ainda) mas um Novembro sem grande perspectiva que não seja só o frio. Quanto ao amante...pois! Haverá sempre alguma coisa que colmata o pior para alguns e faz a vida valer a pena, ou pelo menos aguentarem-se as crises com mais "leveza" e uma pouco melhor. Falo das crises do governo em si, dos tempo difíceis que atravessamos e das nossas pessoais que por vezes são as mais devastadoras. Uma boa semana. Obrigada por mais um excelente post
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