É prematuro fazer um balanço do ano mas um ano extraordinário justifica posts prematuros. No fundo, em sete meses, tive mais do mesmo: desilusões, facadas, alegrias, mediocridade, altos e baixos. A tempestade do costume. O que distingue este ano dos demais é a intensidade dos eventos. Um desamor não é apenas isso, é o pior que pode acontecer na distracção dos afectos ingénuos; uma amizade que traí, não é só a tristeza que isso causa é a perplexidade perante uma perfídia tão sórdida que nos falta palavras; a maldicência mostrou as suas verdadeiras lesões, perdi amizades também por isso, a injustiça de várias situações atingiram-me em pleno. Mas há também o outro lado. Os golpes de sorte sucedem-se pondo em causa até para mim, que vivo surpreendido com a cadência causa-efeito do mundo, se serão possíveis, tal as histórias recambolescas que os envolvem; novos amigos surgiram trazendo muito mais do que palavras vãs, que nada servem na hora das verdades. Na espuma do calendário nascem novas paixões relembrando todos os dias a sua grandeza comparado com os amores medíocres do passado. No final fico em saldo positivo e ainda vamos a meio. A luta continua.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
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Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES