Se estou alegre compro livros, se estou triste faço o mesmo. Sou pouco original e as estantes são sempre poucas para a minha falta de ideias. As prateleiras estalam perante o peso da minha ineficácia enquanto ser humano diversificado. Há filas duplas de livros, arrumo atrás os que menos seduziram. Há livros na cozinha e em cima da televisão. Acordo de madrugada e em vez de ir tomar café olho para as pilhas de livros. Há uns tempos atrás era fácil, era o sinal para mudar de casa. Desmatelava tudo até ao último parafuso, deitava coisas fora, reorganizava os tarecos, distraía-me do mundo e fazia planos. Mas eu agora não vou a lado nenhum, é aqui que quero ficar. É por isso que acordo de madrugada e olho para as estantes. Está na altura de comprar mais.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES