Terça-feira, 31 de Agosto de 2010

 

Há um calor asfixiante na cidade e tanto por fazer. Olho para o calendário e parece-me demasiado curto o tempo. No chat enviam-me mensagens, há quem compre roupa a preparar a chegada da neve, e, no entanto, aqui estou, consternado a dar sapatadas indolentes na canícula. Esta na altura de sair. Debaixo do céu estrelado ajeitam-se as cadeiras para a sessão. O jardim está arranjado e sinto dificuldade em relembrar a tristeza poética da decadência de outrora. Foi para isto que andei a trabalhar nas eleições, é bonito, mas parece-me tão pouco. Olho para os aspersores, a relva a ser alimentada em jactos circulares, e calculo quantas arruadas saíram-me do pêlo. O filme inicia e portamo-nos todos bem, arrumadinhos nas cadeiras e ninguém atende o telefone nem acende cigarros. Somos crescidos e gostamos de cinema francês. Na película a mulher está confusa, uma desarrumação mental circular como a água a cair na relva. A vida é uma sucessão de aspersores e ficção nos intervalos. 



publicado por afonso ferreira às 04:44 | link do post | comentar

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