Tenho um conjunto de imagens na cabeça. O jovem muçulmano a rezar em direcção a Meca no chão da mercearia. O homem a mostrar a fotografia de quando era novo no dia em que fez quarenta e um anos de casado. O mastim branco a entrar pelo espaço imaculado, o pânico das pessoas sentadas no chão. O homem desajeitado na pista de dança mas tão empenhado e por isso digno de despertar o interesse dela. A mulher militar a atravessar a estrada, refém dos semáforos.
Tantas imagens, sou um gravador ambulante.
Dez dias. É o tempo que resta para escrever um texto e só me saem imagens.
Estou feito ao bife.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES