Há dias assim, compridos, um não acabar de pequenas ficções. Parece que cumprimos uma volta ao mundo quando colocamos a chave na porta de casa e saudamos o silêncio dos móveis, a paz dos objectos domésticos. Quis o calendário que hoje tivesse muitas celebrações à minha espera. Muitas casas, muitos rostos, muitos abraços. Estamos todos e fazemos o ponto da situação, revemos conversas, por vezes não dizemos algo também, combinamos encontros, aproximamos futuros e desejamos que o tempo pare simultaneamente, damos o melhor de nós, tranquilizamo-nos com a presença dos outros. Construímos algo, alicerce de ponte futura.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES