A caminho do mercado a minha amiga pede para pararmos na pastelaria. Escolhe cuidadosamente na vitrina o que comprar, pergunta pelo recheio, acaba a escolher duas merendas para levar. Na rua entrega o pacote ao homem que está sentado no chão. Mal viramos costas desfaz o embrulho em dois tempos. A minha amiga já o observa há algum tempo, no Verão tirita de frio tal é a carência. A minha amiga é boa pessoa e o homem tem fome, muita fome.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES