Eu disse-te. O que é preciso é contrariar as coisas. Expliquei-te a teoria momentos antes de me convenceres a descalçar, a arregaçar as calças e a entrar no mar gelado. Mas tinhas razão, nada como um bom choque térmico para abrir os olhos. De certa forma a tua teoria é parecida à minha com a diferença de provocar constipações, uma espécie de bónus por andares a chapinhar em Janeiro. Mas vai tudo dar ao mesmo. Com choques térmicos ou casmurrice. Haveremos sempre de ser uma bestas a nadar contra a corrente. Um dia explico-te mais umas teorias em que ando a trabalhar. Como sobreviver à densidade de conflito de personalidades e alteregos. E a minha ideia da memória partilhada. E como marinar carne dentro de sacos de plástico. Esta não é minha mas é mais prática do que as outras e dá menos problemas.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES