Há dois livros que acompanham-me e encerram as melhores passagens da literatura erótica portuguesa – Sinais de Fogo de Jorge de Sena e Alexandra Alpha de José Cardoso Pires. De resto, em matéria de rebuliços amorosos, temos uma boa representação em poesia, quanto ao romance podemos falar de um desastre. Não faltam boas referências mesmo não caindo na tentação de evocar a sopa de peixe do José Rodrigues dos Santos por não sermos adeptos do humor óbvio. António Lobo Antunes tem uma situação que envolve um duche e um dedo no Explicação dos pássaros que é uma maravilha. Gonçalo M. Tavares (tu quoque, Brutus, fili mi!) estatela-se no Água, Cão, Cavalo, Cabeça. Ninguém disse que é fácil misturar soldados, cadáveres e prostitutas. Aliás, arrisco-me a dizer que qualquer texto que envolva prostitutas e sexo o respectivo autor deveria ser condenado a ler o Erotismo na Ficção Portuguesa do Século XX do António Mega Ferreira que deu um trabalhão a fazer por falta de material decente.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES