Dizem-lhe que não tem defeitos. E ele responde com uma lista. O olhar enamorado perdoa porque é cego, mas não deixamos de ser a súmula de tudo. Depois percebe que devia fazer uma lista das virtudes, o que o faz correr. E escreve. Mas desta vez não envia, e pensa que devia cingir-se apenas e sempre às coisas virtuosas e não perder tempo com o resto. Escreve furiosamente a tentar recuperar um tempo perdido que ainda sente o gosto na boca enquanto recebe imagens de outras cidades, outras histórias, o olhar do outro em pequenos rectângulos de pixeis. No fim descobre que vive um tempo extraordinário.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES