Lembro-me do tempo imediatamente anterior ao telemóvel, quando andávamos todos de “bip” na mão. Não foi assim há tanto tempo. O “bip”, ou “pager”, era um aparelho do tamanho de um maço de cigarros que recebia mensagens escritas. O processo era simples: quem quisesse comunicar comigo, tinha o meu número de bip, ao ligar o número a partir de um telefone fixo aparecia-lhe uma operadora a quem ditava a mensagem. Segundos depois, eu recebia no meu aparelho. Não podia responder directamente, mas podia ir ao telefone mais próximo enviar um bip à pessoas que me contactava. Hoje parece ridículo – na altura discutíamos entre amigos se “aquilo” não estava a acabar com a comunicação entre as pessoas (havia quem terminasse namoros enviando um bip...), e víamos o ridículo aparelho como uma revolução. E agora a conversa volta ao mesmo. Estamos a acabar com quê? Pedro Rolo Duarte, aqui.
a minha língua é a pátria portuguesa
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