A Avenida da Liberdade, inaugurada em 1882, é a mais bela artéria de Lisboa. Tem 90 metros de largura e 1500 metros de comprimento, está cheia de árvores de uma ponta à outra e contém pequenos jardins, lagos, repuxos, cascatas e estátuas. Sobe com uma inclinação imperceptível e oferece uma magnífica perspectiva. Este grande melhoramento de Lisboa deve-se a Rosa Araújo, que era então Presidente da Câmara Municipal.
Precisamente no começo da avenida encontram-se dois lagos de mármore, um de cada lado da via principal; mais acima há igualmente duas belas cascatas, cercadas de luxuriante vegetação, e cuja água jorra de duas figuras representando os rios Douro e Tejo. Um pouco mais acima, à direita, encontramos um pequeno mas interessante monumento a Pinheiro Chagas, escritor e jornalista; o monumento representa-o a ele e à heroina de um dos seus dramas e foi erigido por iniciativa do semanário Mala da Europa em 1908.
Do lado esquerdo, no sítio onde começa a Rua do Salitre, foi lançada em 9 de Abril de 1923 a primeira pedra do monumento a ser erigido em memória dos que tombaram na Grande Guerra. Em frente, e do mesmo lado, encontra-se o Clube Avenida Palace e, nas traseras deste, com entrada pela Travessa do Salitre, o Avenida Parque, onde há teatros e outros divertimentos populares.
Os jardins que se sucedem avenida acima são rematados por quatro estátuas de mármore representando a Europa, a África, a Ásia e a Oceania. Na Avenida da Liberdade há dois teatros, quatro cinemas e vários cafés e confeitarias; aí há também vários palacetes. Durante os meses de Verão, alguns cafés alargam o seu serviço até à álea central dos jardins, que é profusamente iluminada; este serviço ao ar livre, a que se acrescenta a música, anima a avenida inteira nas tardes de Verão.
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