Sexta-feira, 22 de Janeiro de 2010

 

 

Foi hoje o lançamento na livraria Pó dos Livros. Já li o livro, leio atentamente o blog Novo Mundo e tenho acompanhado na imprensa e nos blogs a polémica que provocou, portanto a minha ida ao lançamento justificava-se apenas pela curiosidade de conhecer e ouvir a Isabela.

Sala cheia, boa intervenção do público embora a confusão de algumas pessoas nas questões da colonização, guerra e racismo estarem (ainda) muito confusas. Não consegui evitar pensar que a plateia era constituída por pessoas que gostaram do livro e consequentemente concordam com a visão da autora, que tipo de debate poderia ter acontecido se metade discordasse? Pelas reacções violentas na blogosfera não teria sido um debate tão pacífico.

Concordasse ou não com algumas das opiniões expressas, a verdade é que não houve confrontos. E o tema do livro é polémico o suficiente para isso e muito mais.

Para além de bem escrito – Isabela escreve de uma forma crua, inteligente, irónica, com um humor subtil que raramente encontro – o livro desvenda o que era a vida na colónia e como foi vivido o processo de descolonização.

Ao vivo desapontou quem estava à espera de uma pessoa polémica ou com grandes "teorias". Isabela fala com convicção mas aparenta uma serenidade no discurso e uma segurança face à polémica. Simplesmente diz não reconhecer as opiniões dadas por anónimos nos blogs e fala dos Cadernos como uma visão pessoal que tentou cingir às memórias que guardou – partiu de Moçambique quando tinha doze anos.

Para além de ser um registo fundamental, é de salientar a enorme coragem para publicar o livro, sendo o mesmo em parte baseado na figura paterna e as suas observações sobre o racismo latente na altura serem um assunto ainda hoje tabu.

Dos Cadernos resta dizer que sabe a pouco, lê-se de uma assentada, apetece mais palavras depois da última página. É imperativo um novo livro rapidamente. A única coisa a apontar no lançamento foi a apresentação de Eduardo Pitta e do editor da Angelus Novus, embora interessantes, deixaram pouco espaço ao mais importante: ouvir a Isabela. Vinguei-me disso no fim ao falar pessoalmente com ela com o pretexto de um autógrafo no livro. Isabela prometeu um café. 

 

 

 A propósito dos Cadernos um excelente texto de Rui Bebiano no blog A Terceira Noite.

 

E os comentários e desenhos do Irmão Lúcia.



publicado por afonso ferreira às 01:59 | link do post | comentar

mais sobre mim
Dezembro 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


posts recentes

the end

Sleepless people

provérbio transmontano

cry me a river

Falta de rigor

obrigado

prémios literários

meia-noite

battle

status

Día domingo

imaginação

virtudes públicas, vícios...

fios

Estudos de um processo

arquivos

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

tags

a minha língua é a pátria portuguesa

cartas

casamento gay

coisas extraordinárias do gabinete

conversas de caserna

correspondência epistolar

corrupção

dias felizes

domingo

domingos

estudos

ghost writer

gira-discos

grandes crimes sem consequência

literatura

mercados

mundo virtual

outras cidades

paixonite

pequenas ficções sem consequência

perdido no arquivo

playlist

relvasgate

sonhos

suicídio público

taxistas

telenovela

um homem na megalópole

vendeta

viagens

todas as tags

links
subscrever feeds