Acordo de madrugada, enfrento a ameaça de tempestade e o gelo nas pedras da calçada, leio os jornais e uma revista literária de fio a pavio, vejo o Sá Carneiro na televisão e o Sócrates a correr na Argentina, visito os meus amigos indianos na mercearia, compro bananas, bebo cafés, fumo cigarros, escrevo duas páginas sem interrupções, telefono a amigos, faço planos, vejo o dia a morrer pela janela e o meu reflexo, penso numa pessoa em particular enquanto troco uma lâmpada, decido uma viagem, faço uma lista, organizo a agenda, imagino que gostava de ter um cão.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES