Já destruíram de forma inequívoca o coração no passado, não há dúvida quanto a isso. As histórias que contaram um ao outro comprovam-no. Uns enganos com custos pesados para a armadura sentimental. Erros, más escolhas. Já confessaram mutuamente estarem com o coração aos pulos mas os calafrios mantêm-se. Fazem tudo o que a prudência desaconselha. Se não dormem juntos uma noite é um drama, contam aos quatro ventos que estão apaixonados, apresentam amigos, mudam para um tarifário que os permite falar à borla a todas as horas do dia, apanham aviões, desaparecem. Um diz mata, o outro diz esfola. Se corre mal já sabem o desfecho, não há cura.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES