Sobre a vastidão dos dias? que quer que lhe diga? que descreva os meus dias à janela como um piriquito na gaiola? que mostre o engelho do tic-tac do relógio de parede a marcar o ritmo da minha morte? se deseja que fale, posso contar-lhe as histórias das rachas no soalho, das manchas que tenho nas mãos, dos medos que guardo no armário, das discussões que provoco comigo mesmo para não desaprender a falar. bem me parecia que não queria ouvir.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES