Talvez seja imperativo acreditarem que são boas pessoas e que o mundo é um lugar sórdido com ratoeiras em cada esquina, e embora alguns eventos contradigam o seu sentir, é assim que avançam sem questionar o próprio entendimento. Talvez persistam em erros crassos apesar de serem infelizes, das humilhações a que se sujeitam e as pessoas fecharem a porta depois da sua passagem. Talvez gostem de contar histórias, arquitectar ilusões não olhando a quem atingem ou prejudicam. Talvez sejam apenas pessoas menores sem direcção, pensamento ou substância. O mundo está perigosamente cheio delas. Sempre desprezei a falta de discernimento, pior do que ser pérfido é a ilusão do pérfido de que é boa pessoa.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES