A uma filha-da-putice deve-se responder com outra igual ou de calibre superior?
Acordar cedo no silêncio do estuque. Atravessar a cidade em direcção ao sul. Chegar ao mar na certeza dos dias perfeitos. Deitar o corpo na areia a observar os homens-pássaro a riscar o céu. Sentir o dia a avançar na fúria da água fria. Abraçar a noite a dançar a dois numa roda de choro.
Andando, andando, o homem chegou ao porto, foi à doca, perguntou pelo capitão, e enquanto ele não chegava deitou-se a adivinhar qual seria, de quantos barcos ali estavam, o que iria ser o seu, grande já se sabia que não, o cartão de visita do rei era muito claro neste ponto, por conseguinte ficavam de fora os paquetes, os cargueiros e os navios de guerra, tão-pouco poderia ser ele tão pequeno que resistisse mal às forças do vento e aos rigores do mar, o rei também havia sido categórico neste ponto, Que navegue bem e seja seguro, foram estas as suas formais palavras, assim implicitamente excluindo os botes, as faluas e os escaleres, os quais, sendo bons navegantes, e seguros, conforme a condição de cada qual, não tinham nascido para sulcar os oceanos, que é onde se encontram as ilhas desconhecidas. (...) O capitão veio, leu o cartão, mirou o homem de alto a baixo, e fez a pergunta que o rei se tinha esquecido de fazer, Sabes navegar, tens carta de navegação, ao que o homem respondeu, Aprenderei no mar. O capitão disse, Não to aconselharia, capitão sou eu, e não me atrevo com qualquer barco, Dá-me então um com que possa atrever-me eu, não, um desses não, dá-me antes um barco que eu respeite e que possa respeitar-me a mim, Essa linguagem é de marinheiro, mas tu não és marinheiro, Se tenho a linguagem, é como se o fosse. O capitão tornou a ler o cartão do rei, depois perguntou, Poderás dizer-me para que queres o barco, Para ir à procura da ilha desconhecida, Já não há ilhas desconhecidas, O mesmo me disse o rei, O que ele sabe de ilhas, aprendeu-o comigo, É estranho que tu, sendo homem do mar, me digas isso, que já não há ilhas desconhecidas, homem da terra sou eu, e não ignoro que todas as ilhas, mesmo as conhecidas, são desconhecidas enquanto não desembarcarmos nelas, Mas tu, se bem entendi, vais à procura de uma onde nunca ninguém tenha desembarcado, Sabê-lo-ei quando lá chegar, Se chegares, Sim, às vezes naufraga-se pelo caminho, mas, se tal me viesse a acontecer, deverias escrever nos anais do porto que o ponto a que cheguei foi esse, Queres dizer que chegar, sempre se chega, Não serias quem és se não o soubesses já. O capitão do porto disse, Vou dar-te a embarcação que te convém, Qual é ela, É um barco com muita experiência, ainda do tempo em que toda a gente andava à procura de ilhas desconhecidas, Qual é ele, Julgo até que encontrou algumas, Qual, Aquele.
José Saramago
O cansaço era tanto que vinha a dormir de olhos abertos arredado do mundo. Só despertei quando travámos com violência e ouvi o taxista a vociferar. Em contramão, directo a nós, outro carro. Ao volante, um taxista idoso a transportar uns estrangeiros. O meu taxista reconhece o outro. Trabalha noite e dia sem descanso. Quando estaciona o carro nas praças de táxis adormece sempre. Ao contar a história do outro homem acaba por revelar um pouco a sua. Nos dias que correm de feição só trabalha catorze horas e descansa as restantes. Não sabe como é que o outro está vivo e eu penso que é um mistério não estarmos todos mortos. Eu pergunto aos meus botões que problemas corroem aquele homem que justifiquem no fim da vida trabalhar até morrer. Um tipo anda todos os dias em estradas traiçoeiras e, pior ainda, aviões. Eu, que não tenho medo nenhum de subir às alturas, dou por mim a pensar muitas vezes que talvez tenha alguma razão quem defende que se deus nos quisesse a voar tinha oferecido um par de asas. E, vai daí, uma pessoa vai pensando na morte, ou pelo menos que a devia evitar, e nos aviões que caem e nas tragédias de sempre, terramotos, cancros e afins, e quando menos espera pode ser morto a dois passos de casa por um homem que não dorme.
É possível que a amizade seja alimentada pela observação e pela conversação, mas, quanto ao amor, ele surge e é alimentado pela interpretação silenciosa... O ser amado exprime um mundo possível que nos é desconhecido... e que precisa de ser decifrado.
Gilles Deleuze, Proust e os Símbolos
Uma vida a assistir à burocracia da profissão. Os processos, os clientes, a morosidade da justiça, a rapidez da injustiça. Uma vida inteira a assistir a várias vidas. Quando foi a minha vez de avançar tinha à minha espera várias observações – a rapidez no discurso, a teimosia, os olhos abertos – enfim, devias seguir direito, foi o veredicto. Pois, uma outra vida aqui à tua espera, não te faltará ocupação, tanta coisa por fazer. Eu disse que não era para mim, dei meia volta, segui outro rumo, os processos a abarrotar nas prateleiras e eu a bater a porta. Não imaginava morte em vida mais absurda do que enferrujar no meio da burocracia, o que desejava para mim era o oposto do que ofereciam. Um dia dei por mim no tribunal à porta de um julgamento. Mais precisamente o meu. O juiz, as testemunhas, a outra parte. E eu à espera do meu advogado que não aparecia. A porcaria da IC19 e tal. Eu à porta, os segundos a caírem, a urgência de tomar decisões. Eu à porta a dizer que se lixe. Entrei na sala, a porta fechou, aquilo começou e quando foi preciso defendi-me sozinho, falei com o juiz, puxei pela memória, concentrei-me no ali e agora. Saí-me bem, ganhei o julgamento, humilhei o outro advogado e ouvi do juiz uma frase que me ficou para a vida. Nunca mais voltei a estar num julgamento mas ultimamente lembro-me muito dessa manhã. Posso não ter seguido essa vida mas a metodologia corre-me no sangue. Principalmente a paciência. É precisa muita para juntar prova a prova, arquivar os factos e no fim esperar pacientemente pelo julgamento. As sentenças justificam os caminhos que tomamos.
Viajar também pode ser isto – ter tempo para ler. Passar horas a viajar na ficção, desbastar a pilha de letras que espera pacientemente pelos dias mais longos. Com o magnífico Apocalipse dos trabalhadores de Valter Hugo Mãe fui a Bragança. Não satisfeito decidi atacar O Remorso de Baltazar Serapião do mesmo autor e mergulhar no português mediaval. Confesso que há muito tempo não esbarrava num livro tão forte e bem construído. Depois segui para a África do Sul, Cidade do Cabo, anos 70, com Verão de J. M. Coetzee. Ainda o estou a mastigar sem conseguir decidir se é um livro inteligente mas enfadonho ou só enfadonho. Atravessei o atlântico e aterrei em Nova Iorque com o Perturbações atmosféricas de Rivka Galchen (este livro obrigou-me a pedir ajuda na livraria ao Irmão Lúcia correndo o risco de ser brindado com um post humilhante com a minha interpretação fonética do nome da autora). Se a crítica prometia uma revelação e uma mistura bem conseguida entre ficção e ciência, o livro oferece demasiadas distracções e recursos estilísticos para permitir-me dar uma nota elevada. Atravesso novamente o oceano para a versão de Pedro Mexia do Agora a sério de Tom Stoppard. Casais, rupturas, teatro. Não fiquei muito emocionado, de qualquer forma fiquei com pena de não ter visto a peça no Teatro Aberto. Do norte sigo viagem para o sul com A feira dos assombrados de José Eduardo Agualusa passado em Angola num rio que fica infestado de cadáveres. De tal forma envolvente que não duvido que cheirar as páginas impressas deste livro pode ter sido o mais próximo que estive do inesquecível cheiro de África. Por último, uma descida aos infernos no gueto judaico na Polónia com os Anagramas de Varsóvia de Richard Zimler que, infelizmente, revelou ser uma desilusão a todos os níveis.
Todo o paraíso justifica o seu inferno. Por baixo do céu sem nuvens e das águas cristalinas vive o inspector da judiciária com o cigarro pendurado a queimar o bigode à caça dos pássaros-correio na rota do país irmão. Entre os fundos de malas e o aeroporto vai colocando pássaros raros na gaiola. Neste inferno aquático há naufrágios e chamas no fundo do mar. De escafandro e bomba de oxigénio descem com regras precisas velhos sonhos do passado. O instrutor sonha com o mundo perfeito enquanto aproxima-se do fundo do paraíso – câmaras de gás, tortura psicológica e as cabras que estoirou com a G3 na outra ilha. Que holocausto? perguntavam os que não venceram a guerra e ele dava a resposta certa como cão de fila bem treinado. Por momentos a revolução não aconteceu, as colónias vivem na palma da sua mão. Eu não tenho dúvidas, não fossem as espingardas com cravos estaria atrás das grades a viver o sonho deste homem. No inferno construíram o ghetto, o bairro de lata enferrujado que julguei abandonado. Das chapas retorcidas nem um som. Mas timidamente crianças saem à rua a acenar, há roupa estendida ao vento à espera do sol, vejo fumo numa chaminé. Um bairro com ruas e chapas de zinco cravado no meu próprio inferno privado. No inferno pode-se contar com cortes de luz e falta de água potável. Não existem hospitais nem universidades. Há ameaças várias e meninas abandonadas que vão parir às outras ilhas. No paraíso com pés de chumbo um bom passaporte para voar é seduzir uma mulher ocidental incauta. Ao jantar o homem importante é o centro da mesa. Ouvimos com esforço, há festa no palco. O homem importante fala muito e conta histórias diversas. Faz pausas no discurso, como um apresentador de espectáculo, para arrebitar a curiosidade e criar suspense. Conta a ameaça de morte que recebeu abrindo a camisa e desafiando a cortarem quatro cabeças em vez de uma. Fala das tempestades de areia que obrigam a isolar tudo até à última frincha e da exportação de tornados e emigrantes. O homem importante enfrenta ameaças de morte mas não prescinde da pulseira tucson em prol do equilíbrio pessoal.
Mal colocamos um pé na ilha somos abordados pela diversidade da vida animal. Começamos nas baratas gordas com dez centímetros que tropeçamos amiúde. Na praia os lagartos cruzam os nossos pés. Há cães e gatos por todo o lado, nunca os tinha visto tão amistosos. Contam-me, na noite em que chego, que um estranho fenómeno sem explicação acontece com frequência – ninhadas de gatos paraplégicos. Há tartarugas gigantes no mar e atuns de quatro metros a serem esquartejados no pontão. Na água há golfinhos, baleias e peixes roxos. Na paisagem as garças recortam a paisagem. Esvoaçam uns estranhos passarinhos, aparentados de pardais, a saltitarem por todo o lado. Toda a viagem é composta pela demanda do momento em que olvidamos tudo. Se não fosse essa procura não teríamos muitos motivos para andar pela terra. Esse momento aconteceu hoje. Por uns longos segundos, esqueci-me do ontem, do hoje e do amanhã, no momento exacto em que dentro de água avistei o corpo de um tubarão de dois metros demasiado perto para a minha segurança física. Bastou-me ver o dorso e fazer uma medição rápida da distância entre uma barbatana e outra para ter uma ideia aproximada do porte do animal. De uma assentada tive o meu momento e compreendi o coelho encadeado pelos faróis na estrada.
Atravessamos a ilha e subitamente o mar dá lugar a uma paisagem lunar, árida, dura, compacta. Dizem-me que são frequentes as miragens. Eu não percebo. Ou melhor, compreendo o significado da palavra mas não entendo que visão se possa ter ali. O que vejo é esta realidade. A terra a estalar, esta força de castanho e cinzento, este céu imenso, esmagador. O estrago de um vulcão em forma de terra, uma terra que não vê chover quase há um ano, esta tão real, onde assento os pés agora. Avançamos na paisagem em direcção ao mar, paramos, olhamos para trás. A terra estéril transforma-se num lago de boas proporções. Parece um feitiço, um acto sobrenatural. Mesmo consciente que assisto a um fenómeno óptico, o meu espanto sobrevive. Dou uso aos binóculos e ainda é mais extraordinário. Uma miragem ampliada mas exacta, a zombar de mim. Segundos depois é um tornado ao longe. Quando considero se será também miragem, eis que se torna demasiado real. Nesta ilha a fronteira entre o céu e a terra esbate-se a um só compasso como se ser um brinquedo de deus fosse a sua essência.
Conseguiria eu escrever literatura de viagem? Talvez, mas seria um fracasso. Se viajo interessa-me o particular, muitas vezes invisível. Não ser visível não é um acaso - ninguém querer saber costuma ser o motivo mais frequente. Para escrever teria de fingir, olhar para o concreto, alinhar palavras numa luta comigo próprio, sempre a aplacar o desejo de as baralhar. Trago comigo imagens, considerações, conselhos e recomendações alheias. Falaram-me do desleixo da terra, as carcaças no mar, a probreza a abanar ao vento. Chego à ilha e viajo em estradas novas, bem sinalizadas, os traços e linhas visíveis na escuridão. A recepção do hotel transpira conforto e modernidade. Tudo pronto, rápido, eficiente. No bungalow repete-se o mesmo cenário. Conforto, modernidade e - arrisco - design, essa palavra que empesta sem clemência o mundo moderno. Dizem-me que África tem três velocidades - lento, muito lento ou parado. Ando na rua e observo as pessoas a trabalhar - eficientes, seguras, simpáticas. Afinal, que velocidade é esta que desconheço no meu próprio país?
Foi necessário um carro, um reboque, três taxis, uma viagem de comboio, outra de metro e apanhar um avião para chegar à Ilha do Sal. Quando aterro na ilha é noite adiantada. Perco-me em fusos horários. Não sei se as horas fugiram para a frente ou andaram às arrecuas. O aeroporto é pequeno e é necessário verficar vistos e passaportes. Liberto das burocracias, recolho a bagagem e atravesso o edifício. Preparo-me para ser atingido pelo cheiro lendário de África. Aquele que garantem-me que uma vez sentido é impossível esquecer. O cheiro das saudades de muitos, tantas e tantas vezes descrito aos meus ouvidos atentos. Exterior do aeroporto, inspiro profundamente, fecho os olhos. Outra vez. Tento descodificar a profundidade do que cheiro. Nada. Absolutamente nada. A Ilha do Sal não cheira a coisa nenhuma.
O painel electrónico na carruagem acusa 39º no exterior. Atravesso o país em direcção ao norte e vejo terras, casas, povoações, vidas e apeadeiros. Aqui dentro também está calor. 25º, mais precisamente, segundo o painel. Seguimos a 223 km/h. No jornal vejo o mundo. Tony Judt morreu no pior tipo de prisão domiciliária - esclerose lateral amiotrófica. Descubro o terceiro sexo no México - os muxes. Faço os últimos telefonemas. Sabe-me bem estar só por umas horas. Pela janela, o mundo inteiro. Um pinhal a arder. Quatros crianças a brincar aos piratas. Pela janela, tantas janelas.
A minha viagem à Ilha do Sal começa no sul num domingo que deveria ser sereno mas acordo com a cabeça prestes a explodir. No sul o céu está encoberto e eu sinto uma faca espetada na cabeça, bichos alados no estômago e um sono que me invade. Ainda assim vou à vila, atravesso a ria, vejo o mar. Um domingo fosco, a neblina que sinto contaminou tudo. Na ponte tiramos fotografias, faço-te a vontade, não te digo que as imagens serão em vão, apetece-me ter faróis de nevoeiro no corpo. No regresso à capital o kilómetro 207 revela-se fatal. O quatro rodas recusa-se a prosseguir. Chamamos o reboque e depois de alguma espera e peripécias várias chegamos à cidade. Por esta altura juntou-se a febre ao festim dos outros sintomas. O meu companheiro de viagem aposta numas ostras partilhadas com vista para a ria como causa para tanto mal-estar. Eu acuso todo o mal do mundo, a crise económica e a silly season. Na realidade estou sem capacidade de análise. Com o cair da noite volto lentamente a mim, a névoa dissipa-se.
A primeira noite foi memorável. Um casaco que foi oferecido e pousado de forma delicada nas costas porque estava frio. Uma longa caminhada na cidade deserta, uma conversa interminável pelos acasos todos, um nascer do sol no terraço, o rio a espreguiçar. Depois as noites sucederam-se, doces, a partilhar comida e conversa, as vontades entrelaçadas. Já dei voltas à memória, para trás e para a frente, e não recordo quando é que começou tudo a azedar. Talvez pequenas coisas – palavras, gestos, obsessões diferentes – perdi a memória de tal. Só recordo o fim. Um partir de loiça, a minha impaciência, a tua prepotência, a nossa luta contínua – no fim ninguém ganhou. Recordo com nitidez um dia no sul. Areia e mar. O carro na estrada. A chuvada no regresso. Depois passámos a fase das traições, que teria sido dolorosa não tivesse eu descoberto entretanto novas distracções amorosas. Mas ainda não era altura para ser totalmente indiferente aos teus ataques. Depois voltaste atrás mas era tarde, demasiado tarde. Depois fizemos as malas e cada um partiu na sua direcção. Haveríamos de nos encontrar muitas vezes. Durante algum tempo fingíamos não ver o outro. Originamos situações embaraçosas, horas no mesmo espaço a ignorarmo-nos. Era muito cansativo. Um dia vieste ter comigo na rua com um sorriso. Não caí na armadilha. Outros dias vieram e tu com o mesmo sorriso. Numa véspera de Natal condescendi e sorri de volta. Ficámos horas a falar na rua gelada, mãos nos bolsos, a bater com os pés no chão para aquecer. Levei algum tempo a perceber que tinhas mudado. Depois veio o amenizar da relação. Conheci uma nova pessoa na tua vida, não podias ter escolhido melhor, houve conversas, encontros, momentos. Depois fiquei preocupado por saber que estavas só novamente. Ultimamente os encontros não têm acontecido mas vou sabendo notícias soltas e pareceu-me que estavas bem. Por isso, hoje, quando soube que estiveste por uma unha negra para morrer, faltou-me o ar e precisei de caminhar muito antes de ligar. Quando finalmente ganhei coragem estava genuinamente apreensivo e quando agradeceste a minha preocupação senti a sinceridade na tua voz. Nos silêncios que fizemos interroguei-me onde é que estaríamos agora nesta história tão comprida. Do outro lado uma fragilidade que nunca tinha sentido, uma mágoa, um medo do amanhã. Antes de desligar não consegui poupar as palavras – Tu não me morras, ouviste? Se morres nunca mais te falo.
Passamos a vida a pensar na injustiça mas um dia acordamos e percebemos que o julgamento já aconteceu. O sentimento de culpabilidade dos outros pode fazer milagres pela nossa necessidade de ordem no caos da justiça.
(Cont.)
O meu pior defeito é, simultaneamente, a virtude mais perfeita em mim.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
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Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES