Quarta-feira, 30 de Maio de 2012

Tal como a Clarissa acordei com o nascer do sol, atravessei ruas e avenidas e fui comprar flores – brancas, amarelas, de tantas formas e feitios. Há sempre um amigo homenageado e à beira da morte.



publicado por afonso ferreira às 12:45 | link do post | comentar

Terça-feira, 29 de Maio de 2012


publicado por afonso ferreira às 13:53 | link do post | comentar

 

Incongruências nos factos, abuso nas interpretações, algumas mentiras a juntar ao que não é interessante, ou já foi escrito, e todos satisfeitos a aplaudir, a comprar, a entrevistar, a ver passar oblaguer, enfim, a festa do embuste, ou do poder económico, ou do poder político, ou das duas coisas, mais o marketing, que sei eu... 

 

 

O Fernando não merecia isto

 



publicado por afonso ferreira às 13:18 | link do post | comentar | ver comentários (1)

 

Um mês depois do acidente decido voltar à carga. Enquanto aperto o capacete ainda franzo um sobrolho – quem diz que todos os traumas pedem para ser superados? Na faixa do bus na avenida os táxis ultrapassam-nos a centímetros da minha perna que ainda chia desde o embate. Ao menos tenho alcatrão, sempre parece mais suave que os outros pedragulhos. Vou com o mesmo companheiro de infortúnio e desta vez vamos muito calados. Logo na primeira rua passamos um vermelho e podia jurar que vi chapas retorcidas, vidros estilhaçados, bocados de borracha a ferver no alcatrão. Mas nada acontece. É apenas uma noite tranquila de primavera, dois ou três carros a cirandar, nada a assinalar. No fim, enquanto tiro o capacete e parodio a viagem, apercebo-me das mãos a suar.

 

 



publicado por afonso ferreira às 00:34 | link do post | comentar

Segunda-feira, 28 de Maio de 2012

... trancas à porta. Ou uma fechadura nova, mais especificamente.



publicado por afonso ferreira às 17:32 | link do post | comentar

 

 

Uma pessoa acompanha este caso e tem dificuldade em acreditar que possa ser possível. Depois do computador, agenda e telemóvel do 'superespião' terem sido revistados e encontradas provas inequívocas da sua má conduta; depois de terem sido provadas as reuniões e trocas de mensagens e informação com o ministro; depois de sabermos qual foi a moeda de troca para a obtenção do cargo na Ongoing; depois de tudo e tudo: o ministro continua em funções e afirma que a sua posição vai sair reforçada deste episódio; o espião-meia-tigela brinca ao Kung Fu Panda e diz que é uma vítima. Mas alguém é capaz de pôr esta gente na ordem? Quanto mais tempo temos de aturar esta gentalha corrupta e mal formada à solta? E as pessoas que foram vítimas do 007 que tiveram direito a ficha como nos bons velhos tempos da PIDE com dados pessoais que chegavam ao requinte de conterem informação sexuais? Quem é que nos protege desta gente? Mas está tudo doido?



publicado por afonso ferreira às 10:40 | link do post | comentar | ver comentários (2)

 

 

Quem vive na devassa, morre pela devassa.



publicado por afonso ferreira às 09:00 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Um dia descobrimos de chofre a nossa fragilidade perante as coisas absurdas que podem acontecer. Acho que era o Nietzsche que afirmava 'a loucura é algo raro em indivíduos – mas em grupos, partidos, povos e épocas é a norma'. Quando escreveu isto desconhecia por certo a minha habilidade de encontrar gente louca num palheiro.



publicado por afonso ferreira às 00:48 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Domingo, 27 de Maio de 2012
Foi preciso ir duas vezes a Istambul para finalmente perceber o significado de hüzün.


publicado por afonso ferreira às 23:31 | link do post | comentar | ver comentários (1)



Ainda é tão cedo mas recebo imediatamente resposta à minha mensagem. A disponibilidade dos outros, a tua disponibilidade, que me comove, essa forma de velar pela teia complexa que nos une. O dia, luminosidade e vento, mar ao longe. Percorrer a marginal, multidões à beira-mar, quilómetros de corpos em marcha. Subir à serra e o tempo a arrefecer. Frases, conversas, rosários desfiados. Rir do mundo, das coisas excelentes e também das cobardias, rir muito e rir ainda mais um pouco, a franzir os olhos ao sol, o estômago à beira da boca. Almoçar e despachar duas garrafas sem dar por isso, o mar aos pés e planos em marcha. Mapas de sobrevivência e histórias más também, para relembrar prioridades e sentidos. Areia e livros, o corpo a escaldar, e no regresso a marginal a deslizar ao sabor do fim de dia indolente, tudo no sítio respectivo outra vez, a música em volume alto no carro, eu a tentar distinguir a letra em espanhol, a voz da Carminho, e depois aquilo. Um sinal vermelho, dois carros, o estrondo à nossa frente. Chapas e vidros e alguém desesperado, alguém em ruínas, pessoas a correrem, os sinais verde-vermelho-verde-vermelho-verde-vermelho-verde. Aquilo no fim do dia, este dia tão perfeito, um murro, uma violência, uma coisa assim a correr tão mal. Como se os acidentes fizessem parte da geografia dos nossos sentimentos, como se estivessem gravados na pele, a fatalidade sempre à nossa espera entre desencontros, regressos e alcatrão. 


publicado por afonso ferreira às 20:49 | link do post | comentar | ver comentários (4)

 

 

O domingo não é quando um homem quiser.


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publicado por afonso ferreira às 11:01 | link do post | comentar

 

Volume no máximo.



publicado por afonso ferreira às 10:59 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Já se respira melhor nesta cidade. Não é só a primavera, é uma questão de decisões também – a única forma de avançar é cortar pela raiz certos males. 



publicado por afonso ferreira às 10:46 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Sábado, 26 de Maio de 2012

Pensamos que temos os pés bem assentes no chão, que é difícil tirarem-nos o tapete, que não nos admiramos por pouco. E no entanto, só com palavras, sílabas, vogais e consoantes, frases compostas, prosa e pontos finais, resta-me em certas horas o espanto profundo pelas intenções do mundo. 



publicado por afonso ferreira às 21:32 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Quinta-feira, 24 de Maio de 2012

Fiction spilling into the real world is the theme, and apart from the objects in the museum, including household items and personal effects among others, it is also Kemal’s obsession that has become palpable in the man who created him. Pamuk’s own urge to collect objects related to the life of his novel is the driving force for the resulting space dedicated to a time that has long since passed and characters only readers know intimately.



publicado por afonso ferreira às 17:22 | link do post | comentar

Segunda-feira, 21 de Maio de 2012

 

 

Regresso à outra cidade. 24h para despachar o trabalho todo, regar as plantas, pensar no gato que não existe, fechar a torneira do gás, dar duas voltas à fechadura. Até já.



publicado por afonso ferreira às 12:56 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Sábado, 19 de Maio de 2012

A secretária e a máquina de escrever Royal usadas por Fernando Pessoa durante quatro anos vão a leilão no início da próxima semana. Numa altura em que já há propostas para a compra desta peças, a TSF foi vê-las a uma galeria de arte de Lisboa.



publicado por afonso ferreira às 12:54 | link do post | comentar

Terça-feira, 15 de Maio de 2012


publicado por afonso ferreira às 20:50 | link do post | comentar

Domingo, 13 de Maio de 2012

Abrir as janelas todas e deixar o ar correr veloz pela casa. Papéis a rodopiar no ar, portas a bater, pétalas que se soltam das plantas. É tempo de voltar a respirar.



publicado por afonso ferreira às 14:07 | link do post | comentar

Rei – Acredito, sim, que penses o que dizes agora; mas aquilo que decidimos, não raro violamos. O propósito não passa de servo da memória, de nascer violento mas fraca validade. E que agora, como fruta verde, à árvore se agarra, mas, quando amadurecida, despenca sem chacoalho. Imprescindível é que não nos esqueçamos de nos pagar a nós mesmos o que a nós é devido. Aquilo que a nós mesmos em paixão propomos, a paixão cessando, o propósito está perdido.

 

Hamlet, Shakespeare



publicado por afonso ferreira às 11:06 | link do post | comentar

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