Enquanto crescia nunca quis ser bailarino, astronauta ou bombeiro. Ao jantar, o médico sentado à minha frente está cansado, notam-se as olheiras, esteve de banco durante a noite, adormeceu de manhã. Acordou passado poucas horas com o som do telefone. A paciente tinha falecido. Quando estava a crescer nunca quis ser médico, não teria forças e sempre o soube. Continuo a jantar a pensar nisto. Tenho a certeza que nunca o conseguiria.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES