Dei a morada e encostei-me ao reflexo da cidade na janela. Que pensava eu de tão importante para não dar pela música? Nem pelo trá-lá-lá, nem por nada, para dizer a verdade. Quando regresso tenho o Fausto no rádio e o taxista a cantar a letra, baixinho em movimento sincopado com a condução. Nos intervalos assobia a acompanhar a melodia. Quando a música acaba, diz em forma de pergunta – E amanhã, temos chuvinha, hã?
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES