A semana finda com uma ida à feira de livros em saldos. Ataco as prateleiras na senda de aumentar a minha colecção de autores portugueses e na primeira ronda encontro vários volumes susceptíveis de serem adquiridos. Quanto aos preços deparei-me com critérios fora do vulgar. Alexandre O'Neill e João Pereira Coutinho a 2.50€, Manuel Alegre a 5€ e Rodrigo Moita de Deus a 6€. Alas políticas à parte, fiquei sem perceber esta inflação de preço de Moita de Deus perante os outros autores, até porque o Manuel Alegre era o única a ostentar capa dura. Depois de medir e pesar os volumes para averiguar o melhor rácio tamanho/qualidade/preço, acabei por optar pelo O'Neill por duas razões. A primeira é que tenho a felicidade de morar no mesmo prédio onde outrora viveu o escritor, facto que aliciou-me no momento da compra face à perspectiva de levar o O'Neill para casa no duplo sentido. Sempre gostei de actos simbólicos desta natureza. A outra razão é estar num momento de introspecção social, vulgo falta de paciência, e dos quatro é o único que está morto e é sabido que um defunto chateia muito menos que um vivo.
* post corrigido sob a nova lei de recolher obrigatório de cinco horas de sono por noite.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES