Reconheço os sintomas. O espaço rarefeito entre o desespero e o fim. O medo, do finalizar de algo, e, pior, o receio de mais tarde recomeçar. As jogadas perigosas, a roçar o suicida, os sentimentos secundários, os terceiros elementos, as personagens periféricas a acenarem para palcos habitados por actores indiferentes. Eu sei reconhecer. Mas ainda assim é sempre uma surpresa amarga assistir à peça no centro do palco, mesmo que não tenhamos nenhum papel específico a não ser observar e sermos testemunhas das últimas palavras no genérico.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES