Quarta-feira, 20 de Julho de 2011

 

Rodo o globo várias vezes, percorro mapas, comparo latitudes e valores, espeto o dedo ao calhas no mundo. Tenho tempo, dinheiro e vontade. Posso ir a qualquer sítio dos cinco continentes, com alguns constrangimentos é certo, como a data para regressar, mas ainda assim diria que é uma oportunidade rara. Vasculho tudo, e depois viro-me do avesso também. Na verdade, quando tudo é possível, resta-nos a escolha do nosso desejo mais sincero.

Quando vi o nome no mapa não hesitei mais. A escolha recaiu na única cidade do mundo que habita dois continentes. Há um motivo muito forte para ter sido a eleita, há dois anos que escrevo um texto em que parte da acção está ligada a esta cidade que nunca percorri. Vejo fotografias, mergulho na história, nas guerras, nas mudanças de nome, nas datas, aprendo palavras estranhas que tenho de escrever num caderno sob pena de não as decorar. Decido. Os planos transformam-se em objectivos.

Por último, esta viagem fecha um ciclo, o das cidades das sete colinas. Depois de Lisboa – cidade-partida eterna em mim –, e Roma, onde me perdi ao tentar encontrar  o regresso, viajo em direcção à última cidade. Em tempos foi chamada de Cidade das Sete Colinas, Nova Roma e também Porta para a Felicidade, o que não deixa de ser um bom presságio para a minha viagem maior. 


tags:

publicado por afonso ferreira às 23:41 | link do post | comentar

4 comentários:
De Maria Pascoal a 21 de Julho de 2011 às 02:37
E...depois e ler este post... fez-se luz!

Que seja uma excelente viagem (se fôr o caso) e desejo acima de tudo muitas felicidades.

Maria Pascoal


De dg a 22 de Julho de 2011 às 01:57
boa(s) viagem(/ns)!! ainda assim, continue por cá... um abraço, dg


De Cristina a 23 de Julho de 2011 às 02:57
Nunca gostei da palavra viagem, sempre me refiro às minhas (bem mais modestas, menos quilometradas e quiçá bem mais desinteressantes) como os meus périplos. Talvez pelo inevitável retorno ao ponto de partida... Onde nem sempre me apetecia chegar. Mas se não chego não posso partir novamente e eu cá creio que as partidas são sempre mais importantes do que as chegadas.
Magnífica escolha, a do périplo, que desejo seja deveras (torna-se difícil escolher a palavra certa para colocar aqui - qualquer uma parece parca) inesquecível e enriquecedor.



De José Cabral a 30 de Julho de 2011 às 22:15
faz agora 8 anos que lá estive. soa-me a escolha acertada... enquadrada num ciclo ou fora dele. escolha segura


Comentar post

mais sobre mim
Dezembro 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


posts recentes

the end

Sleepless people

provérbio transmontano

cry me a river

Falta de rigor

obrigado

prémios literários

meia-noite

battle

status

Día domingo

imaginação

virtudes públicas, vícios...

fios

Estudos de um processo

arquivos

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

tags

a minha língua é a pátria portuguesa

cartas

casamento gay

coisas extraordinárias do gabinete

conversas de caserna

correspondência epistolar

corrupção

dias felizes

domingo

domingos

estudos

ghost writer

gira-discos

grandes crimes sem consequência

literatura

mercados

mundo virtual

outras cidades

paixonite

pequenas ficções sem consequência

perdido no arquivo

playlist

relvasgate

sonhos

suicídio público

taxistas

telenovela

um homem na megalópole

vendeta

viagens

todas as tags

links
subscrever feeds