Finda uma crise de insónias, surge outra de horários madrugadores. Acordar com o nascer do sol e ter dias compridos cheios de horas a que urge dar destino. Há uns anos resolvia as crises de insónias de forma mais radical, não dormia uma noite, aniquilando de imediato a energia que restasse na noite seguinte. Eram noites que passava a estudar, e mais tarde a trabalhar ou a ler. Com o tempo perdi a capacidade de aguentar tantas horas acordado e larguei, com alguma pena, a teoria que deveria mesmo só dormir de dois em dois dias. Mas com isso perdi também as minhas noites solitárias que tanto prazer me davam e substituí-as por um problema banal, as noites em branco.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES