Planeamos tudo para evitar o confronto, para nos protegermos do embate. Tomamos decisões e optamos por caminhos e depois de tudo quando damos por nós estamos estatelados no chão de pedra a olhar o céu. Chove e tudo é cinzento – a rua, os prédios, as pessoas abrigadas debaixo dos toldos do comércio. O estrondo ainda a apitar nos ouvidos, a chuva a entrar pelos olhos adentro. Quando viramos a cabeça vemos a mota e parte de nós na calçada. Mais uma excelente oportunidade perdida de viver um maravilhoso flashback aos momentos marcantes na vida; mas a verdade é que a única coisa que me ocorreu é que tinha ainda muito para fazer e que acidentes não são para mim. Quando nos levantamos a custo percebemos que o caminho não era o mais correcto mas nem sempre vamos a horas de apanhar o mundo.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES