Ter sempre razão pode provir de duas fontes – ser louco e simultaneamente a mais persuasiva das pessoas ao afirmar tal; ou ser a expressão final de um laborioso trabalho. Provar o que se advoga é uma trabalheira – não basta acusar; é preciso observar com atenção o caso, estudar em profundidade o assunto, arranjar provas inequívocas muitas vezes em condições adversas, ser paciente, prever lances muito antes da jogada, e, acima de tudo, ser mais inteligente que os restantes. Mesmo assim, no final nada garante que o julgamento seja ganho, e disso reza a história extensa da minha família, tudo gente do direito, mas sente-se uma grande satisfação poder afirmar no final – tenho toda a razão comigo.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
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Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES