À hora marcada tu não estás. Decido ir ao café da praça comprar tabaco para fazer tempo. Desespero pela milionésima vez com o sistema anti-fedelhos da máquina infernal. Volto à praça aos pontapés sicronizados às minúsculas pedras de cascalho. Tenho tantas coisas urgentes para dizer e tu nunca mais chegas. O sono dos domingos de manhã. Ensaio as palavras, mastigo-as na boca para perceber a sua espessura. Peso-as para auferir do seu grau de sensibilidade. Acendo um cigarro e desejo que sejas tu a virar a esquina. Espero.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
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Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES