São aqueles com quem discuto as questões terrenas e as absurdas; com quem já apanhei aviões, barcos e comboios e dei a volta ao mundo em viagens que não esquecerei; com quem já ri e algumas vezes chorei; a quem telefono quando tenho notícias boas que só desejo partilhar com alguns; os que têm sempre um lugar à mesa para mim; que estão presentes quando subo ao palco; que não têm medo de chamar as coisas pelo nome; os que confiam na minha palavra contra ventos e marés por a conhecerem bem. São, acima de tudo, as minhas pessoas, a minha família – loucos, bondosos, geniais, originais, imprevisíveis, únicos, cada um com a sua obsessão, os seus desgostos e vitórias. Esta noite encontrei um deles no meio de um evento social e depois do abraço da praxe fiz-lhe a pergunta de rotina – que tens andado a fazer nos últimos meses?, respondeu-me prontamente – sexo.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
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Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES