A Letónia vendeu recentemente uma cidade inteira que foi usada como base militar soviética no passado. A cidade deserta, conhecida como Skrunda-1, foi vendida em leilão e arrematada por uma empresa russa, Aleksejevskoje-Serviss por US$ 3 milhões, cerca de dez vezes o preço esperado. A cidade inclui 45 hectares de terra, dez prédios de apartamentos, duas casas nocturnas, um shopping center, um jardim-de-infância, um circo de pulgas, um quartel e uma sauna. Situada a 150 km a oeste de Riga foi abandonada depois dos soldados russos abandonarem a Letónia, em 1994, depois da desintegração da União Soviética. Skrunda-1 era um povoado fechado, que não aparecia nos mapas soviéticos porque era usado como base para radares antimísseis. A base foi demolida no final da década de 90. Foi depois da demolição da base que alguns dos habitantes recusaram-se a deixar a cidade e planearam novos edifícios no local. As construções só foram descobertas depois do leilão. No total foram descobertos 85 km de construção subterrânea com vários edifícios, estufas, uma clínica de fertilidade, uma biblioteca com dez pisos e uma universidade. A maioria dos habitantes continuou a agir como se estivesse em plena guerra fria criando para o caso de um eventual ataque cinco saídas subterrâneas para a floresta em redor. A população ascendia às 5500 pessoas e era auto-suficiente em termos de alimentos e energia. Parte delas desenvolveram um dialecto próprio recusando-se a falar a língua antiga. Por agora as notícias têm sido escassas sobre o futuro de Skunda-1.
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