Era rara a tarde em que não dava o ar de sua graça no café. Sentava-se na mesa do fundo à conversa, dizem que era boa pessoa. No dia em que saiu de casa para ser internada no hospital dos trabalhadores do comércio, afirmou, peremptória, Já não torno à minha casa. E não regressou. Tinha razão, finou em casa estranha e não voltou a ser vista no café onde hoje receberam a notícia e um dos empregados chorava como uma torneira aberta enquanto despachava bicas e abatanados.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES