Margaret Monck, Lisboa, 1930
Os dias naufragam no calendário sem perdão pela ordem natural das coisas – horas transformam-se em minutos, os segundos finaram há muito. Como se as medidas de tempo perdessem o ritmo esperado, transmutando-se apenas em algo veloz que já não controlo. Faço as malas de viagem mais estranhas da minha vida – não recolho para levar; selo tudo para que permaneça imutável no meu regresso. No dia marcado no calendário, não estarei cá – não haverá mensagens, telefonemas, amigos ou pessoas menos espantadas –, espero estar bem acompanhado em local aprazível junto ao mar com uma garrafa de champanhe.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES