O canastrão que meti em tribunal este ano decidiu processar-me por difamação. Para perceberem melhor vou usar uma metáfora – imaginem que são assaltados com uma arma branca e o ladrão decide processar-vos por dizerem que era um canivete. Enfim. Perco mais uma bela manhã de trabalho para ler quatro páginas repletas de mentiras, imprecisões de datas e acções, lista de testemunhas de brandar aos céus, e – espanto – três tiros certeiros no próprio pé. Já para não mencionar os erros ortográficos (mas quem são estes advogados?...) e a estratégia errada que qualquer advogado estagiário jamais consideraria uma opção válida. Como resposta foi preparado um dossier de quase duzentas páginas de provas. Uma pessoa pode tolerar muita coisa na vida e na literatura, menos falta de rigor.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES