A memória é um labirinto. Olho para o espelho e não recordo a cara que tinha aos trinta anos. Diz ela com as mãos rugosas e manchadas, o cabelo branco bem arranjado apanhado no alto da cabeça deixando vislumbrar o pescoço alvo. Diz-me ela, lúcida, os olhos a adivinhar memórias, e eu não digo nada, fico em silêncio a pensar se o meu futuro é esquecer a cara que tinha.
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES