Quarta-feira, 24 de Março de 2010

 

A memória é um labirinto. Olho para o espelho e não recordo a cara que tinha aos trinta anos. Diz ela com as mãos rugosas e manchadas, o cabelo branco bem arranjado apanhado no alto da cabeça deixando vislumbrar o pescoço alvo. Diz-me ela, lúcida, os olhos a adivinhar memórias, e eu não digo nada, fico em silêncio a pensar se o meu futuro é esquecer a cara que tinha.



publicado por afonso ferreira às 13:31 | link do post | comentar

4 comentários:
De Vera a 25 de Março de 2010 às 10:01
Acho que aos 44 já sinto um bocado essa falta de memória da cara que tinha aos 18, aos 20, aos 22 quando casei...parece que quando me olho ao espelho vejo a mesma cara de sempre, mas não. Ela mudou e muito!


De AG a 25 de Março de 2010 às 11:32
Assim parece.


De AG a 25 de Março de 2010 às 11:49
Quando escreve cristaliza um momento. Um snapshot (a palavra instantâneo poderá soar a superficial e não o é).
Vá escrevendo para podermos ler.
AG


De Anónimo a 25 de Março de 2010 às 12:45
As máscaras do nosso presente dissimulam as nossas memórias.
A escrita intimista em que se expressa é reconfortante. Parece verdadeira. É muito agradável passear por aqui.
mceurodrigues


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