De manhã, com a chuva a cair na janela.
Ele - Pensas que temos futuro?
Ela - Como individuos, ou juntos?
Ele - Nós, os dois.
Ela - Provavelmente não.
Ele - Parece-te que é uma questão de estatística?
Ela - Não, de volatilidade.
Ele - E se casássemos?
Ela - Com quem?
Ele - Um com o outro.
Ela - Não acredito no casamento.
Ele - E se fosses gay?
Ela - Só se fosse para protagonizar o primeiro divórcio no país.
Ele - Amo-te.
Ela - Não digas isso.
Ele - Achas simplista?
Ela - Demasiado complexo.
Ele - Queres casar comigo?
Ela - A última vez que decidi casar descobri que ele era um nabo.
Ele - Começo a acreditar no futuro.
Ela - E se nos cingíssemos ao sexo e à literatura?
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES