Se, numa vida em comum, feliz e tranquila, parentes, amigos, anfitriões conversam, mais do que é necessário e conveniente, sobre o que acontece ou vai acontecer; se contam repetidamente uns aos outros os seus projectos, empreendimentos, ocupações e, justamente sem aceitarem o conselho uns dos outros, fazem da vida, como parece, um objecto contínuo de deliberações, em contrapartida, em momentos importantes em que poderia parecer que o homem necessita de um apoio, mais do que nunca da aprovação de outrem, verifica-se que cada um se vira para si próprio, que cada um procura agir por si, actuar à sua maneira e, na medida em que cada um esconde aos outros os meios de que se serve, só os resultados, os fins, voltam a ser bem comum.
As afinidades electivas, Goethe
a minha língua é a pátria portuguesa
coisas extraordinárias do gabinete
grandes crimes sem consequência
pequenas ficções sem consequência
LEITURAS
Agora e na hora da nossa morte - Susana Moreira Marques
Caixa para pensar – Manuel Carmo
Night train to Lisbon – Pascal Mercier
CIDADES